“O Estado não tem como atender às reivindicações da categoria.”, foi a mensagem deixada pelo Governo durante a audiência que teve com o Sinte nessa terça-feira (10). A discussão contou com a participação de representantes da Casa Civil e das secretarias de Educação e de Planejamento do estado, além de representantes da base do sindicato acompanhando a direção.
Durante a audiência, o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso falou sobre a situação financeira do estado e criticou a gestão anterior. Segundo ele, o antigo governo foi irresponsável ao criar 14 Planos de Carreira sem fazer uma análise do impacto financeiro que isso causaria aos cofres públicos. “Tanto foi que em novembro do ano passado, eles não cumpriram o pagamento da primeira parcela dos referidos Planos.”, disse. O secretário afirmou ainda que não atenderá a outra categoria antes de resolver a situação do magistério.
Em resposta às justificativas dadas pelos representantes do Governo, a coordenada geral do Sinte, Fátima Cardoso, falou sobre o sentimento da categoria naquele instante. "O que ouvimos dos senhores nesta noite seria motivo suficiente para nos levantarmos e irmos embora. Mas ficaremos para dizer que desde 1979 participamos de mesas de negociação e nunca tínhamos recebido um não tão explícito como o que acabamos de escutar. No entanto, o conjunto da categoria seguirá firme e determinada.”, disse.
Outros dirigentes também aproveitaram a ocasião para externar a frustração causada na categoria pelo Governo. Para a coordenadora, esse sentimento, que se espalha entre os trabalhadores, representa mais um motivo para consolidar a greve e atingir 100% de paralisação no Estado.
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Audiência fortalece luta dos Trabalhadores em Educação
A audiência que o Sinte teve com o Governo nessa terça-feira (10) serviu para o governo reafirmar que não irá responder aos anseios da categoria. Durante todo o processo de negociação, o Sindicato tem ressaltado o desejo de ver suas reivindicações serem atendidas por meio do diálogo com o Governo. “Não queremos queda de braço. Queremos apenas que o Estado dialogue conosco para juntos chegarmos a um acordo.”, afirma a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso.
Por outro lado, a sindicalista diz que o conflito, enquanto luta de classe, se mantém porque o Governo não se interessa em apresentar proposta à categoria. Reiterando a fala da coordenadora, a diretora do setor jurídico do Sinte, Vera Messias, afirma: “quando esse desinteresse ocorre, os trabalhadores naturalmente reagem.”. A diretora ressalta que o descontentamento se torna ainda maior pelo fato de haver lei nacional que versa sobre o Piso. “A insatisfação da categoria tem uma razão. O STF já publicou o acórdão e o governo ainda assim não atende às reivindicações.”.
Durante a audiência, a secretária de Educação, Betânia Ramalho, falou sobre o Piso Salarial e a Carreira do Magistério. “Com uma conceituação distorcida ela diz que o Estado estuda a forma de como e quando implantá-los.”, disse Fátima Cardoso. Segundo a dirigente o discurso da secretária possibilitou à categoria entender que haveria tentativa de implantar o Piso de R$890 para aqueles que ainda não o recebem. “Isso não representa sequer duas mil pessoas. Essa é, inclusive, uma forma piorada do que foi o teto salarial promovido por Vilma e Iberê.”, disse.
A coordenadora disse ainda que considera lamentável a postura do governo. “Esse deveria ser o momento para eles assumirem o dever de prover a educação, mas preferem deixar que o conflito se estenda. Isso permanecerá até eles compreenderem que os nossos professores têm o pior salário do país.”, ressaltou.
É importante lembrar que além das reivindicações do magistério, os demais Trabalhadores em Educação estão prejudicados pela falta de propostas do Governo do Estado. Segundo Fátima Cardoso, mais de quatro mil servidores da Educação ainda não receberam a primeira parcela do Plano, implantado em 2010. “Vou transformar minha decepção com o governo em mobilização junto à categoria e esclarecimentos à sociedade. Nossa luta permanecepermanecerá até que sejamos ouvidos de verdade pelo Governo.”, conclui a coordenadora.
fonte: SINTE-RN