Um dos argumentos colocados pelo poder público municipal para transformar o CENTRO DE REABILITAÇÃO EDUCACIONAL em Escola Regular é a implantação das seis salas de recursos multifuncionais, que supostamente daria o suporte pedagógico necessário aos alunos com necessidades educacionais especiais da rede de ensino.
O trabalho pedagógico oferecido no CRE não inviabiliza a criação das salas de recursos multifuncionais ou vice-versa. É preciso entender que desenvolvemos um atendimento terapêutico interdisciplinar, oferecendo suporte ao sujeito com deficiência para se desenvolver nos mais diversos aspectos, inclusive o escolar.
A função da sala de recursos é realizar as adaptações curriculares necessárias para um bom desempenho do aluno portador. Para tanto, ela deve contar com uma rede de apoio, que são os serviços complementares dos quais o aluno necessita para garantir sua permanência na escola. Nela, não são desenvolvidos os atendimentos de Psicopedagogia, Psicomotricidade, Arteterapia, oficinas temáticas, projetos como Adolescer e Adultescer, Acreditar (com os pais) ou qualquer outro de cunho terapêutico.
Não seria então a hora de pensar que o nosso município deveria se orgulhar em manter esses dois espaços de tão grande importância para a pessoa com deficiência?
Há muitos depoimentos de mães cujos filhos se beneficiaram com esse atendimento interdisciplinar. Temos vários exemplos de usuários que seguiram em sua vida acadêmica e se deram bem. Temos também aqueles que por motivos diversos de suas patologias, nunca experimentaram um banco escolar e as escolas estão longe de oferecer condições para isso.
O CRE funciona para esses usuários como um dos poucos espaços de socialização e aprendizagem que fornecem prazer e alegria de conviver em grupo. Sendo assim, verifica-se quão tamanha é nossa responsabilidade com essas famílias e maior ainda deveria ser a do município em criar mais espaços que pensem nesta clientela.
Tatiane Lima de Araújo
Nenhum comentário:
Postar um comentário