sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

PREFEITO QUER TIRAR O TRANSPORTE DOS PROFESSORES E ATINGIR A GESTÃO DEMOCRÁTICA

Para resolver os problemas financeiros do município de São José de Mipibu, o prefeito Arlindo Dantas teve uma verdadeira ideia de “mestre”: Através de um projeto de lei complementar ele tenta retirar direitos dos trabalhadores da educação, atingir o sindicato e interferir no  processo de gestão democrática.

Na calada da noite do último dia 02/12/2014, o Prefeito Arlindo Dantas encaminhou à Câmara Municipal, projeto de Lei Complementar nº 006/2014, para ser apreciado pelos vereadores. 

O que intriga a direção do sindicato é saber que, até às 18h da referida data, todos os vereadores consultados não eram sabedores da existência do envio de nenhum projeto por parte do executivo municipal.

O projeto busca  alterar o Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação Básica Pública Municipal de São José de Mipibu/RN, Lei Complementar nº 008/2010, sem que tais alterações, sejam discutidas com a própria categoria. 

A proposta propõe a retirada de direitos dos trabalhadores e restringe a participação social na rede municipal de educação, além de consistir em verdadeiro desrespeito a atividade sindical.

Quanto ao transporte de professores, o projeto objetiva eliminar a obrigatoriedade do município em oferecer transporte aos professores que necessitam deslocar-se do centro em direção as escolas nas quais encontram-se lotados , além de, com isso, praticamente extinguir a gratificação de deslocamento que supra essa despesa dos profissionais.

Um dos pontos mais esdrúxulos do projeto é quando o projeto trata dos mandatos da gestão democrática, na prática as gestões acontecerão com mandatos subsequentes de 03 (três) anos, depois 01 (um) ano, depois 02 (dois) anos. Visto que o atual processo deflagrado pelo Conselho Municipal de Educação, conforme lei atual, define o mandato de 03 (três) anos. 

Esse projeto tenta ridicularizar o processo de gestão democrática ao fazer um malabarismo de tempos de mandatos entre as gestões restringindo a importância do controle social na deliberação desse processo.

Ao ler o projeto tentamos a todo custo imaginar quem foi o "DOUTOR EM EDUCAÇÃO" que orientou tamanha aberração. Talvez isso tenha acontecido porque os atuais gestores, todos escolhidos pela comunidade escolar, não fiquem mais calados em situações diversas relacionadas a  falta de material de consumo e expediente, a precariedade das condições físicas estruturais das escolas, ausência de pessoal de apoio, e, sobretudo,  quando a gestão tenta impor algo que fere o direito dos trabalhadores.

O projeto agora está na Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Meio Ambiente para receber parecer. O Núcleo Sindical e o Conselho Municipal de Educação requisitaram a convocação de uma Audiência Pública para discutir o Projeto de Lei Complementar nº 006/2014. Neste instante a responsabilidade recai sobre os vereadores; cabe aos edis ampliar a discussão com a sociedade, ver todos os pontos e seus prejuízos ou restringir a participação social e aprovar o projeto sem nenhuma discussão como quer a gestão municipal. 

A categoria deve ficar mobilizada, porque todos os pontos existentes no Plano, inclusive a gestão democrática, foram conquistadas a duras penas, com muita mobilização e enfrentamento. Terça-feira, às 19h, será a próxima reunião da Câmara, todos devem se fazer presentes. Cada trabalhador deve entrar em contato com os vereadores e demonstrar seu descontentamento com esse projeto de lei, essa foi a deliberação da assembleia da categoria.

Vamos mobilizar e lotar a Câmara de Vereadores, são nossos direitos que estão para ser retirados!  

Para facilitar o entendimento sobre o Projeto de Lei Complementar nº 006/2014, o reproduzimos aqui na íntegra, acompanhado de comentários para melhor esclarecimento. 





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